sábado, 28 de dezembro de 2013

quem vai reger 2014

 
 
 
 
 





>> PREVISÃO 2014<<

2014 o ano de Xangô
O ano de 2014 será regido pelo orixá Xangô, que, por coincidência, rege o primeiro dia do ano (quarta-feira). Filho de Oranian e Iemanjá, Xangô é o orixá dos raios, fogo, vulcões, trovões; tem uma personalidade forte e vingativa, porém justo. Sua ferramenta é o Oxê, machado de dois gumes;suas cores são: marrom, branco e vermelho; sua saudação é "kaôkabecilê". O pilão e a gamela também são símbolos desse orixá. Xangô é um dos orixás mais cultuados no Brasil e é considerado o orixá da justiça, porém é preciso não confundir, Xangô age como juiz e não como advogado. Apesar da força e da valentia, Xangô tem um forte caráter sensual, tendo se casado várias vezes; suas esposas mais conhecidas são Iansã, Obá e Oxum .Na umbanda, Xangô é sincretizado como São Jerônimo.

A influência de Xangô sob o ano de 2014 trará fortes tempestades, uma maior incidência de raios, incidência de raios, vulcões entrarão em atividade, situações ocultas e fraudulentas virão à tona para que a justiça divina seja feita. Violência e guerras não estão descartadas. Os anos regidos por Xangô são de altos e baixos, portanto o melhor a fazer é ter paciência e agir com parcimônia, procurando sempre analisar as coisas por vários aspectos antes de tomar qualquer partido. Xangô é um orixá próspero, porém sob sua influência as coisas acontecem aos poucos.

Em 2014 as pessoas deverão agir como o orixá, lutando por seus ideais, não desistindo diante dos obstáculos, agindo com extrema honestidade para não sofrerem a ira do orixá.

Xangô tem domínio sobre as pedreiras, portanto este é o melhor lugar para lhe fazer oferendas. Para agradar o orixá, pode ser ofertado a ele velas brancas, vermelhas, marrons, cerveja preta, mel de abelhas, maçãs vermelhas e bananas da terra.

Para abrir seus caminhos em 2014, você poderá fazer o seguinte ritual para Xangô: pegue uma vasilha branca grande e misture pipoca (sem sal) com sementes de girassol, arroz com casca (ou comum), alpiste e painço. Jogue a mistura no telhado de sua casa pedindo a Xangô que abra seus caminhos trazendo sorte, prosperidade e saúde para você em 2014. Você também poderá fazer a mesma mistura,ir até uma praça e passar a mistura desde a cabeça aos pés, deixando tudo cair sobre a terra. Peça tudo o que quiser de bom para o Orixá e nunca peça nada de negativo para este Orixá. Saia do local sem olhar para trás.

O Ano de 2014 também terá a influência dos orixás Oxóssi, Obaluaiê e Oxaguiam devido à regência do OdúOdi.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

preto velho

como espelhos, facas e bebidas, os que eram cativos oriundos de tribos vencidas em guerra e trazendo como escravos os que eram vencidos.
No Brasil, em principio os escravos negros chegaram pelo Nordeste; mais tarde, também pelo Rio de Janeiro. Os primeiros a chegarem foram os Bantos, Cabindos, Sudaneses, Iorubas, Minas e Malés.
Para a África, o trafico negreiro custou caro: em quatro séculos foram escravizados e mortos cerca de 75 MILHÕES de pessoas, basicamente a parte mais selecionada da população.
Esses negros, que foram brutalmente arrancados de sua terra, separados de suas famílias, passando por terríveis privações, trabalharam quase que ininterruptamente nas grandes fazendas de açúcar da colônia. O trabalho era tão árduo, que um negro escravo no Brasil não chegava a durar dez anos.
Em troca de tanto esforço, nada recebiam, a não serem trapos para se vestir e pão para comer, quando não eram terrivelmente açoitados nos troncos pelas tentativas de fuga e insubordinação aos senhores. Muitas vezes, reagiam a tudo suicidando-se, evitando a reprodução, matando feitores, capitães-do-mato e senhores de engenho.
O que restava ao negro africano escravo no Brasil era sua fé, e era em seus cultos que ela resistia, como um ritual de liberdade, protesto a reação contra a opressão do branco. As danças e cânticos eram a única forma que tinham para extravasar e aliviar a dor da escravidão.
Mas, apesar de toda a revolta, havia também os que se adaptavam mais facilmente à nova situação. Esses recebiam tratamento diferenciado e exerciam tarefas como reprodutores, caldeireiros ou carpinteiros. Também trabalhavam na Casa Grande, eram os chamados “escravos domésticos”. Outros, ainda, conquistavam a alforria através de seus senhores ou das leis (Sexagenário, Ventre Livre e Lei Áurea). Com isso, foram pouco a pouco conseguindo envelhecer e constituir seu culto aos Orixás e antepassados, tornando-se referencia para mais jovens, ensinando-lhes os costumes da Mãe África. Assim, através do sincretismo, conseguiram preservar sua cultura e religião.
ATUAÇÃO DOS PRETOS VELHOS
Esses são os Pretos Velhos da Umbanda, que em suas giras nos terreiros representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referencia para aqueles que os procuram, curando, ensinando e educando, aos encarnados e desencarnados necessitados de luz e de um caminho a trilhar.
Um Preto Velho representa a humildade, jamais demonstrando qualquer tipo de sentimento de vingança contra as atrocidades e humilhações sofridas no passado. Pretos Velhos ajudam a todos, independente de cor, sexo ou religião.
Em sua totalidade, não se pode afirmar que as entidades que se apresentam nas giras são os mesmos Pretos Velhos escravos. Muitos passaram por ciclos reencarnatórios e podem ter sido em suas vidas anteriores médicos ou filósofos, ricos ou pobres, e, para cumprir sua missão espiritual e ajudar aos necessitados, escolheram incorporar a forma de Pretos Velhos. Outros, nem negros foram, mas também escolheram essa forma de apresentação.(grifo nosso)
Muitos podem estar perguntando: “Mas então os Pretos Velhos não Pretos Velhos?”. A explicação é simples: todo espírito que já alcançou determinado grau de evolução tem a capacidade de descer sob qualquer forma passada, pois é energia pura, a forma é apenas uma conseqüência da missão que vem cumprir na Terra. Podem também, em locais diferentes, se apresentarem como médicos, Caboclos ou até Exu, depende do trabalho a que vêm realizar. Em alguns casos, se tiverem autorização, eles mesmos nos dizem quem são.
MENSAGENS DE PRETO VELHO
A principal cararacterística de um Preto Velho é a de conselheiro; para alguns, são como psicólogos, amigos e confidentes, para outros, são os que lutam contra o mal com suas mirongas, banhos de ervas, pontos riscados, sempre protegidos pelos Exus de Lei.
A figura de um Preto Velho representa a paciência e a calma que todos sempre devemos ter para evoluir espiritualmente, essa é a sua principal mensagem.
Certas pessoa costumam procurar um Preto Velho apenas para resolver problemas materiais, usando os trabalhos na Umbanda para beneficio próprio, esquecendo de ajudar ao próximo. Quanto a isso, esses maravilhosos Espíritos de Luz deixam sempre uma importante lição, a de que essas pessoas, preocupadas apenas consigo próprias, são escravas do próprio egoísmo, mas sempre procuram ajudá-las brincando de “pedir obrigações”. Mas em meio a essas pessoas, sempre haverá os que podem ser aproveitados, que em pouco tempo vestirão suas roupas brancas, descalçarão seus pés e farão parte dos trabalhos de caridade do terreiro. Essa é a sabedoria do Preto Velho, saber lapidar o que há de bom em cada um de nós.
Pretos Velhos levam a força de Zambi a todos que buscam aprender a encontrar sua fé, sem julgar ou colocar pecado em ninguém, mostrando que somente o amor a Deus, ao próximo e a si mesmo, poderá mudar sua vida e seu processo de ciclos reencarnatórios, aliviando os sofrimentos cármicos e elevando o espírito. Assim fortalecem a todos espiritualmente, aliviando o peso do fardo de cada um, e cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente, de acordo com a forma de encarar os acontecimentos de sua vida: “Cada um colhe o que plantou. Se plantares vento, colherás tempestade. Mas, se entender que lutando poderá transformar seu sofrimento em alegria, verá que deve tomar consciência de seu passado, aprendendo com os erros, galgando o crescimento e a felicidade futura. Nunca seja egoísta, sempre passe aos outros aquilo que aprende. Tudo que receber de graça, deverá dar também de graça. Só na fé, no amor e na caridade, poderá encontrar seu caminho interior, a luz e Deus” (Pai Cipriano)
APRESENTAÇÃO DA ENTIDADE
O termo “Velho, Vovô e Vovó, são usados para mostrar sua experiência, pois, quando pensamos em alguém mais velho, entendemos que este já viveu muito mais tempo do que nós, com coisas para nos passar e historias para nos contar através de sua longa experiência. No mundo espiritual isso é bastante parecido, e a característica da entidade Preto Velho é sempre o conselho.
Suas vestes são bem simples e não necessitam de muitos apetrechos para trabalhar, apenas da concentração e atenção de seu médium durante a consulta. Costumam usar cachimbo, lenços, toalhas e algumas vezes fumo de corda ou cigarro de palha.
Sua incorporação não necessita de dançar ou pular muito. A vibração começa com um “peso” nas costas, fazendo com que o médium incline o corpo para frente, sempre com os pés bem fixos no chão. Andam apenas para as saudações ao Atabaque, Conga e Babalorixá. Atendem sentados praticando sua caridade. Raras às vezes alguns mantêm-se em pé.
Sua simplicidade se manifesta em sua maneira de ser e de falar, sempre usando um vocabulário simples. A maneira carregada com que falam é para mostrar que são bastante antigos.
A Linha de Preto Velho possui suas características gerais, mas cada médium tem uma coroa diferente, determinando as diferenças entre os Pretos Velhos.
As diferenças ocorrem porque cada Preto Velho trabalha em nome de um Orixá, utilizando a essência de cada força da natureza em sua atividade. Essas diferenças são facilmente percebidas na forma de incorporação.
Retirado da Revista Espiritual de Umbanda (Edição Especial 1 Editora Escala)- Pesquisa e texto: Virgínia Rodrigues

domingo, 15 de setembro de 2013

REFLEXÃO

REFLEXÕES DA RELIGIÃO AFRO BRASILEIRA
Nota-se no Brasil um maior interesse público pela religião, por parte da classe média. Há um aumento de oferta de “bens religiosos” (Berger) advindos do aumento do neopentecostalíssimo, da Nova Era; e, de interesse pelas religiões afro-brasileiras, Candomblé e Umbanda. Estas são “consumidas” como produtos mágico-terapêuticos. Diferente da relação estabelecida com as classes baixas,  médias-baixas e média-alta, onde o interesse religioso sempre foi presente. Existe, nesse caso, uma “comunidade religiosa” em torno do Terreiro. Este é uma comunidade de tipo “família alargada”, em que a “iyá” ou o “baba”, mantém vínculos não sanguíneos com seus “filhos” e agregados.
Pode-se afirmar que na produção dos estudos das religiões afro-brasileiras, poucos autores incorporam discussões de multiculturalidade e pluralismo religioso, percebendo no “sincretismo” aspectos não só positivos, mas também os negativos de assimilação.
Se, como em Jensen da Dinamarca, há um interesse político nos estudos da religião, cabe perguntar: qual seria o interesse político que domina os estudiosos brasileiros? A resposta é óbvia, visto que o cosmopolitismo imposto no Brasil desde a época colonial é um colonialismo cultural que elimina as condições de vida do “Outro” (negro/indígena); sua cultura e identidade, assimilando-o em uma “máscara” branca européia. Com essa máscara, as religiões africanas e indígenas (ou afro-indígenas) são cristianizadas.
Apontam como positivo no modo brasileiro tradicional de estudo das religiões, o esforço para “desteologizar” esses estudos e baseá-los em uma teoria antropológica.
Passando do “estudo das coisas divinas para o estudo das coisas humanas e sociais”.
No Brasil, o esforço parra se pensar uma teoria e metodologia não têm sido feito de uma boa forma. Há um considerável atraso em torno das questões dos estudos “interculturais comparativos”. Estes são vistos na Dinamarca como um “sine qua non” para que os estudos da religião tenham um caráter científico. Em vez disso no Brasil, mesmo tendo estudos “desteologizados”, ainda há diferenciações étnicas de valor em relação às diferentes religiões. Ou seja, há uma “cristianização” de termos, conceitos e pontos-de-vista, e as análises de outras tradições religiosas são feitas desde a perspectiva branco-europeia de alguma forma com aspecto negativo quanto sua prospecção dentro dos conceitos religiosos africanos.
Não há políticas ou organismos públicos que tratem das questões das diferentes religiões, como “iguais” em valor social e político. Assim, o catolicismo romano mantém historicamente com o Estado uma relação de vantagens mútuas e de legitimidade. Exemplo: nenhuma capela ou igreja católica precisa de autorização em cartório para abrir e funcionar, o que não acontece com outras denominações cristãs e muito menos com os terreiros-de-santo.
Ainda no que se refere à politização da religião, não se percebe no Brasil um interesse por parte dos estudiosos em responder às demandas públicas em torno da religião. Mesmo porque, no Brasil, as demandas políticas em torno da religião, como em outros aspectos, são claramente demandas de classes sociais muito diferentes. Questiona-se  a participação dos estudiosos na “batalha do campo cultural e político” na Dinamarca; pois percebe que o interesse público pela religião é a-crítico. Da mesma forma, não se percebe no Brasil, tão pouco, uma participação política da maioria dos estudiosos. Talvez, essa atitude já reflita posições políticas conservadoras ou ideologias condizentes com o status quo.
Há, no entanto, entre a “intelectualidade social” (W. N. Barbosa), em muitos terreiros, pais e mães-de-santo que trabalham pela mobilização, conscientização e valorização do negro brasileiro, do “mestiço” e também do branco pobre. Esse aspecto político-social das religiões afro-brasileiras, quando percebida pelos estudiosos, é fator de mudanças. Cito o professor Wilson do N. Barbosa: “Despertar o interesse, para aumentar o número de pesquisadores destes temas. Tudo isso leva a uma compreensão maior da nossa cultura, pois quanto mais entendermos de todas as culturas, maiores se tornam as oportunidades de um desenvolvimento multilateral da humanidade”.
A maioria de estudiosos aponta a cultura negra não como uma cultura e sim como “mito”, pois, por mais que ocupe os espaços, estes não são apropriados juridicamente. Assim, ao longo da história do Brasil, foi negado à população negra acesso à propriedade, impedindo-a de dar materialidade a sua cultura. Pode-se discutir esse fato tendo em vista a discussão de Jensen sobre o ensino religioso nas escolas públicas.
Qual o espaço (físico e simbólico) da cultura (religião) negra nas escolas públicas, ou na sociedade brasileira em geral?
No Brasil passa-se longe de um debate em uma sala de aula sobre essa questão. Por muito tempo o ensino religioso foi ministrado por padres, freiras e leigos católicos professores da escola pública. As crianças de outras denominações cristãs passavam por constrangimentos em sala de aula. Crianças de outras religiões, provavelmente não eram diferentes se chegassem a serem identificadas. Poucas discussões na década de 90 tentaram alterar essa situação; mas, não houve mudanças significativas. As aulas continuam sendo ministradas por professores que trabalham tão somente com o cristianismo.
Pode-se incluir, ao caso brasileiro, o problema da criação dos valores culturais étnicos. A importância de discussões multiculturalistas nas escolas permanece um desafio. Também para os estudiosos da religião, permanece o desafio de desenvolver trabalhos que englobem política, religião e identidade, para a defesa de um “estudo não-teológico secular das religiões, como também uma sociedade pluralista secular”.
Haveria, assim, espaço para a “comunidade dos despossuídos” (W. N. Barbosa) e para uma “descristianização” dos estudos da religião no Brasil.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

homenagem pai omulu

Não fugiremos à Lei imutável de que há vida após a morte. A verdadeira vida eterna é a existência do espírito que, após um período no astral,  reencarna, voltando ao corpo material muitas vezes,  para ampliar a consciência do ser e continuar o seu aperfeiçoamento e crescimento,  no caminho rumo ao Criador.  Esta vida é apenas um estágio, no qual devemos adquirir compreensão para evoluir. Com a morte,  muda apenas a vibração, pois o plano de vida passa a ser o espiritual.  Portanto, vida e morte constituem um único ciclo de vida, no qual o nascimento corresponde à entrada na vida material e a morte à entrada na vida espiritual.Pai Omulu é o orixá, fiel depositário do nosso corpo, quando o espírito se desprende dele. Ele é o Orixá da terra, que nos aguarda até que sejamos chamados pelo nosso Senhor, Olorum.

O que normalmente chamamos de morte é uma dissolução progressiva do indivíduo, que, ao desencarnar, se defronta com uma zona de transição entre o mundo da matéria e o mundo astral, denominada túnel da triagem. Esse túnel escuro, possível de ser atravessado em frações de segundos, tem portas de entrada para o astral superior, que conduzem a zonas de repouso e regeneradoras, e portas de entrada para as zonas trevosas do astral inferior. Ao passar por esse túnel, bastam alguns segundos para que toda a vida do ser, suas idéias, seus preconceitos, seus comportamentos e suas crenças desenrolem-se como cenas de um filme. Essa aferição dará seu direcionamento ao local que habitará após o desencarne, de acordo com suas afinidades com princípios positivos luminosos ou negativos e viciados. Os vícios terrenos muitas vezes atrasam em milênios nossa caminhada evolutiva. Pai Omulu, de seu ponto de forças no campo santo (cemitério), coordena todas as almas, após o desencarne, de acordo com a Lei Maior, mantendo-as no cemitério ou encaminhando-as ao umbral (purgatório), onde também é o regente. O Senhor Omulu é o chefe de todos os executores da Lei dentro da Linha das Almas e é, ele mesmo, o verdadeiro executor dos seres que caíram, por vários motivos, e que têm de purgar os seus erros no astral inferior. Ele também recolhe os espíritos que, quando na carne, ofenderam o Criador, e que cairão nos planos sem retorno. Em todas as culturas o campo santo é considerado um lugar sagrado, onde os corpos sem vida são devolvidos ao Criador Olorum. Os mortos merecem o nosso respeito e devem ser lembrados com amor, pois tais sentimentos os auxiliarão em sua caminhada evolutiva. A obrigação de todos nós é cuidarmos da vida na carne, da melhor maneira possível, com a coragem de colocarmo-nos frente a frente com os nossos vícios, erros, desejos e anseios. É reconhecermos que somos imperfeitos e buscarmos sempre nossa melhora, envidando todos os esforços possíveis para vencermos a nós mesmos, mudarmos nossas atitudes em relação aos semelhantes e a nós,  e caminharmos rumo ao Divino Criador.

"Na Umbanda, Omulu é o Orixá que tem o recurso de paralisar todo processo criativo ou gerativo que se esvirtuar, se degenerar, se desequilibrar, se emocionar e se negativar. Deus tanto gera como paralisa a criação que não mais atende aos seus desígnios, às suas vontades. Pai Omulu nos paralisa nos atos geradores desvirtuados, das idéias, doutrinas, projetos, desejos, faculdades sexuais, princípios, leis etc. Os atributos de Omulu são telúricos, pois é através da essência telúrica que suas irradiações nos chegam, imantando-nos e despertando em nosso íntimo os virtuosos sentimentos de preservação de tudo que foi gerado pelo Divino Criador. Pai Omulu, a terra geradora da vida, é uma divindade da terra. É o orixá que rege a morte, ou seja, o desencarne, o instante da passagem do plano material para o plano espiritual, conduzindo cada um ao seu devido lugar. Omulu é a energia que se condensa em torno do fio de prata, que une o espírito e o seu corpo físico, e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o outro. Essa energia que rompe o fio tanto pode parti-lo rapidamente (quando a morte é natural e fulminante) como pode ir se condensando em torno dele, envolvendo-o todo até alcançar o perispírito que já entrou em desarmonia vibratória (porque a passagem deve ser lenta), induzindo o ser a aceitar seu desencarne de forma passiva. Pai Omulu atua em todas as religiões, sendo em algumas denominado de "Anjo da Morte" e em outras divindade ou "Senhor dos Mortos". É o Guardião dos Mortos e da Vida, pois paralisa todos que atentarem contra ela.  É o Senhor das Almas, pois, se a Lei o ordenar, mantém os espíritos nos cemitérios após o desencarne. Ele guarda para Olorum os espíritos que, durante sua jornada terrena, fraquejaram e se entregaram à vivência de seus vícios emocionais. Mas, ele não pune ou castiga, apenas conduz cada um ao seu devido lugar logo após o desencarne. Em seu pólo negativo, é o chefe de todos os executores  da Lei dentro da Linha das Almas. Omulu é o executor das almas que caíram e têm de purgar os seus erros no astral inferior, também conhecido como umbral. Esse orixá paralisa todo processo criativo ou gerativo que se negativar, se desvirtuar, se degenerar, se desequilibrar ou se emocionar. Ele recolhe o espírito daqueles que ofenderam ao Criador, quando na carne, e que irão para os planos sem retorno. Mas, em seu pólo positivo, ele é o puro amor divino, é a própria caridade divina no amparo dos espíritos caídos, até que os mesmos tenham se curado e retornado ao caminho reto. Podemos orar a Omolu para a cura de enfermidades. Ele atuará no nosso magnetismo, no nosso corpo energético, no nosso campo vibratório e no nosso corpo carnal, curando-nos ou possibilitando o encaminhamento ao médico que fará isso. Toda a magia envolvendo os mortos está em seu reino, o ponto de forças dos cemitérios, no embaixo, já que, no alto são regidos por nosso pai Obaluaiyê. Os povos de todas as culturas têm os seus campos santos, os cemitérios, como  lugares sagrados, para onde são devolvidos os corpos já sem vida ao Doador da Vida e que não devem ser profanados. São os pontos de transição do espírito, quando deixa a matéria e passa para o plano espiritual.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

dias da semana dos orixas e suas saudaçoes

DIAS DOS ORIXÁS:
SEGUNDA – FEIRA * Exu, Pomba Gira, Obaliuaie, Omulu, Pretos Velhos (Iorumá) e almas aflitas
TERÇA – FEIRA * Ogum, Boiadeiros e Baianos
QUARTA – FEIRA * Xangô e Iansâ
QUINTA – FEIRA * Oxossi, Caboclos e Caboclas
SEXTA – FEIRA * Oxalá, Almas Santas e Linha da Oriente liderada por São João Batista
SÁBADO * Iemanjá, Oxum, Nanã Buruke, Ondinas, Sereias, Caboclas, Iaras e Marinheiros
DOMINGO * Iori (Cosme e Damião), Crianças e Ibejadas
SAUDAÇÕES
Saravá Oxalá * Oxalá Meu Pai
Saravá Ogum * Ogum Iê Meu Pai
Saravá Xangô * Caô Cabecilê
Saravá Obaluaie * Atotô Obaluaiê
Saravá Oxossi * Okê Caboclo
Saravá Iemanjá * Odoceyá
Saravá Oxum * Aêê Mamãe Oxum
Saravá Iansã * Uepa hey Iansã
Saravá Nanã Buruke Saluba Nanã
Saravá Cabloco * Okê Cabloco
Saravá aos P.Velhos * Adorei as Almas
Saravá as Crianças * Beijada
Saravá Exu * Aruê Exú
Saravá Pomba Gira Aruê Exu Pomba Gira

sexta-feira, 26 de julho de 2013

dia de nana

Dia de Nanã- Orixá da sabedoria da calma e evolução é considerada a mais velha, como uma avó.
Elemento água e terra, ponto de força nos lagos.
Sincretismo com Santa Ana (Mãe de Maria – Avó de Jesus)
NANÃ-BURUQUÊ (Trono Feminino da Evolução)
A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova “vida”, já mais equilibrada.

A orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois elementos, que são: terra e água. Ela é de natureza cósmica pois seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres que, quando recebem suas irradiações, aquietam-se, chegando até a terem suas evoluções paralisadas.
E assim permanecem até que tenham passado por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais.
Nanã forma com Obaluaiyê a sexta linha de Umbanda, que é a linha da Evolução.
E enquanto ele atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar.
Saibam que os orixás Obá e Omulu são regidos por magnetismos “terra pura”, enquanto Nanã e Obaluaiyê são regidos por magnetismos mistos “terra-água”.
Obaluaiyê absorve essência telúrica e irradia energia elemental telúrica, mas também absorve energia elemental aquática, fraciona-a em essência aquática e a mistura à sua irradiação elemental telúrica, que se torna “úmida”.
Já Nanã, atua de forma inversa: seu magnetismo absorve essência aquática e a irradia como energia elemental aquática; absorve o elemento terra e, após fracioná-lo em essência, irradia-o junto com sua energia aquática.
Estes dois orixás são únicos, pois atuam em pólos opostos de uma mesma linha de forças e, com processos inversos, regem a evolução dos seres.
Enquanto Nanã decanta e adormece o espírito que irá reencarnar, Obaluaiyê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético, já adormecido, até o tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado .
Este mistério divino que reduz o espírito ao tamanho do corpo carnal, ao qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação do óvulo pelo sêmen, é regido por nosso amado pai Obaluaiyê, que é o “Senhor das Passagens” de um plano para outro.
Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou.
É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.
Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres.
E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.
Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa.
No inicio desta linha está Oxum estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos.
Nas “linhas da vida”, encontramos os orixás atuando através dos sentidos e das energias.
E cada um rege uma etapa da vida dos seres.
Logo, quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado com o que afirmar, porque onde um de seus aspectos se mostra, outros estão ocultos.
E o que está visível nem sempre é o principal aspecto em uma linha da vida.
Saibam que Nanã em seus aspectos positivos forma pares com todos os outros treze orixás, mas sem nunca perder suas qualidades “água-terra” …
Nanã é passiva e atrai todos os seres que não estão aptos a alcançar os estágios superiores.
Ela recolhe, esgota suas doenças (vícios) e no barro do fundo de seu lago os assenta e os imobiliza até que decantem suas impurezas (emoções e sentimentos viciados) quando então estarão maleáveis como o barro (lodo) e prontos para serem recolhidos por Obaluaiyê que os remodelará e numa nova forma (encarnação) crescerão novamente.
…Simbolicamente representamos Nanã com a meia-lua, ou lua minguante pois é também a forma de uma bacia ou lago onde os seres pesados afundarão e decantarão em seu fundo.
Oferenda à mãe Nanã:
…-Velas brancas, roxas e rosa; champanhe rose, calda de ameixa ou de figo; melancia, uva, figo, ameixa e melão, tudo depositado à beira de um lago ou mangue.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Mediunidade

É no médium inconsciente que se dá a incorporação total, com a exteriorização do espírito do médium. O espírito do médium é afastado pelo guia protetor e permanece consciente ao lado do corpo, mas em geral não se recorda de nada ao regressar ao mesmo. Pode se dar através do transe sonambúlico que é quando o espírito que se comunica tem liberdade sobre a matéria do médium: anda,  fala, pega objetos ... ou o transe letárgico quando o espírito apenas fala, mas o corpo do médium permanece imóvel com ou sem rigidez. A transfiguração, a xenoglossia e as intervenções cirúrgicas operatórias acontecem nesta modalidade embora sejam pouco comuns.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Dia de pai Xango



PRECE PARA XANGÔ

Oh! Senhor dos Trovões. Pai da justiça e da retidão. Orixá que abençoa os injustiçados e castiga os misteriosos e caluniadores. Defenda meu Senhor, minha casa, minha família dos inimigos ocultos, dos ladrões e dos mentirosos.
Oh! Xangô roga-te as vibrações de amar e misericórdia, Pai da dinastia humana, livra-me de todo escândalo.
KAÔ CABECILE!
ORAÇÃO PARA XANGÔ
Poderoso Orixá de Umbanda,
Pai, companheiro e da Justiça.
Auxiliar da Lei do Carma,
Só tu, tens direito de acompanhar pela eternidade,
Todas as causas, todas as defesas, acusações e eleições,
Promandas das ações desordenadas, ou dos atos impuros e benfazejos que praticamos.
Senhor de todos os maciços e cordilheiras.
Símbolo e sede da tua atuação planetária no físico e astral.
Soberano Senhor do Equilíbrio, da equidade,
Velai pela inteireza do nosso caráter.
Ajude-nos com sua prudência.
Defenda-nos das nossas perversões,
Ingratidões, antipatias, falsidades,
Incontenção da palavra e julgamento indevido dos atos
Dos nossos irmãos em humanidade.
Só Tu és o grande Julgador.
Kaô Cabecilê Xangô.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

pai bara

Bará
Bará é o senhor dos caminhos, caminhos que levam, trazem e fazem as pessoas se encontrarem ou se distanciarem. É quem faz com que os ritos sejam cumpridos, principal responsável pela ligação do mundo espiritual
e o mundo material.
Entre dois caminhos, lá está ele, guardando, indicando.
Nada é feito sem antes agradar ao Bará, pois é o único Orixá que faz o elo de ligação entre nós e os demais Orixás. Tanto na passagem, como na comunicação, por isso é considerado o mensageiro.
Bar é um Orixá tão importante quanto todos os outros. Por ser mais ligado com o mundo terrestre, possui certos costumes e temperamentos parecidos com os dos seres humanos.
É erradamente sincretizado pelo Diabo cristão.
Por ser um Orixá que cuida dos caminhos onde percorrem homens, Orixás e espíritos e sendo o elo de ligação entre esses mundos, Bará possui múltiplos contraditórios, sendo bom e mau, astuto, grosseiro, indecente, protetor, alegre, brincalhão, violento...
Devido a esses aspectos, foi sincretizado pelos primeiros missionários, com o diabo cristão.
ARQUÉTIPO:
Os filhos de Bará possuem um caráter imprevisível. Ora são bravos, intrigantes e ficam muito contrariados, ora são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros.
Não aceitam derrotas, são melindrosos, de temperamento difícil. Se você tiver desentendimento com alguém de Bará, aguardem, que haverá retorno.
Seus filhos precisam estar sempre em atividade para poderem liberar toda energia que possuem.
LENDAS:
Um dia, Oxalá estava cansado de ser zombado e trapaceado por Bará, pois Oxalá era muito orgulhoso e geralmente não agradava Bará por ser um Orixá mais velho. Decidiu combater Bará para ver quem era o Orixá mais forte e respeitado. E foi aí que Oxalá provou sua superioridade, pois durante o combate, Oxalá apoderou-se da cabaça de Bará, a qual continha seu poder mágico, transformando-o assim em seu servo. Desde então, Oxalá permite que Bará receba todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar...
Uma outra lenda conta que Bará sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás. Olorun, quando o criou, deu-lhe, entre outras funções, a de comunicador e elemento de ligação entre tudo o que existe. Por isso, nas festas que se realizavam no orun (céu), ele tocava tambores e cantava, para trazer alegria e animação a todos.
Sempre foi assim, até que um dia os Orixás acharam que o som dos tambores e dos cânticos estavam muito alto, e que não ficava bem tanta agitação.
Então, eles pediram a Bará, que parasse com aquela atividade barulhenta, para que a paz voltasse a reinar.
Assim foi feito, e Bará nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos.
Um belo dia, numa dessas festas, os Orixás começaram a sentir falta da alegria que a música trazia. As cerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores.
Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Bará que voltasse a animar as festas, pois elas estavam muito sem vida.
Bará negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação fora censurada, mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa que encontrasse.
Logo apareceu um homem, de nome Alabê. Bará confiou-lhe a missão de tocar tambores e entoar cânticos para animar todas as festividades dos Orixás. E, daquele dia em diante, os homens que exercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros Pais e denominados Alabês.
Frentes:
Milho torrado, pipocas, 07 batatas inglesas assadas, bandeja decorada com papel vermelho.
Local de Entrega:
Cruzeiro de chão batido(de terra), cruzeiros de ruas ou avenidas, no canto...
Domínio: Abre e fecha caminhos, traz e leva coisas ou pessoas, protege casas, pessoas e estabelecimentos, prende ou solta pessoas ou coisas, dono do sangue, falo (pênis, impotência).
A Bará sempre são feitos as primeiras oferendas, pois como a ele pertence o caminho, ( e nada se consegue tendo o caminho fechado), o mesmo precisa estar alimentado (energizado), para que as demais forças possam ir e vir.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Dia do preto velho 13/05/2013

13 de Maio
dia de homenagem aos Pretos-Velhos

ORAÇÃO AOS PRETOS VELHOS – I
 Preto Velho
Carreteiro de Oxalá
Bastão bendito de Zambi
Mensageiro de Obatalá
Meu pensamento eleva-se ao teu espírito e peço Agô.
Que tuas guias sejam o farol que norteie minha vida.
Que vossa pemba trace o caminho certo para todos os meus actos.
Que vossas palavras, tão cheias de compreensão e bondade, iluminem minha mente e meu coração.

Que teu cajado me ampare em meus tropeços.
Ontem te curvastes aos senhores...
Hoje, ajoelho-me aos teus pés pedindo que intercedas junto a Oxalá por mim e por todos que neste momento clamam por vós.
Maleme e paz sobre meu lar e que a luz divina de Obatalá se estenda pelo mundo.
E que o grito de todos os orixás sejam o sinal de vitória sobre todas as demandas de minha vida.
Maleme as almas.
Maleme para todos os meus inimigos, para que saiam do negrume da vingança.
E encontrem fonte fecunda e clara do amor e caridade.

quarta-feira, 27 de março de 2013

mensagem

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.
Chico Xavier

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

MEDIUNIDADE

Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. (...) Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo XIV).

Assim, conforme asseverou o Codificador, todos mantemos contato com o Mundo Espiritual, pois vivemos em incessante intercâmbio com o mesmo. Desta forma, ao fazermos uma oração recebemos o amparo da espiritualidade maior, do nosso protetor/mentor espiritual, entramos em contato com as usinas de força da Vida Maior. Por conseguinte, estamos exercendo a mediunidade, haja vista que recebemos a influência dos espíritos superiores. E, pela questão da sintonia vibratória, isso também vale para os espíritos menos elevados, pois quando alguém tem pensamentos inferiores, espíritos que se afinam com estes são atraídos. "O pensamento é o laço que nos une aos Espíritos, e pelo pensamento nós atraímos os que simpatizam com as nossas idéias e inclinações". Allan Kardec. Entretanto, usualmente só se chamam de médiuns “aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva”. (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo IX)

Posto isso, os principais tipos de mediunidade são:

.de efeitos físicos: este tipo pode ser dividido em dois grupos, ou seja, os facultativos - que têm consciência dos fenômenos por eles produzidos - e os involuntários ou naturais, que são inconscientes de suas faculdades, mas são usados pelos espíritos para promoverem manifestações fenomênicas sem que o saibam.

.dos médiuns sensitivos ou impressionáveis: são pessoas suscetíveis de sentirem a presença dos espíritos por uma vaga impressão. Esta faculdade se desenvolve pelo hábito e pode adquirir tal sutileza, que aquele que a possui reconhece, pela impressão que experimenta, não só a natureza, boa ou má, do espírito que se aproxima, mas até a sua individualidade.

.médiuns audientes ou clariaudientes:
neste caso os médiuns ouvem a voz dos espíritos. O fenômeno manifesta-se algumas vezes como uma voz interior, que se faz ouvir no foro íntimo. Outras vezes, dá-se como uma voz exterior, clara e distinta, semelhante a de uma pessoa viva. Os médiuns audientes podem, assim, estabelecer conversação com os espíritos.

.médiuns videntes ou clarividentes:
são dotados da faculdade de ver os espíritos. Cabe salientar que o médium não vê com os olhos, mas é a alma quem vê e por isso é que eles tanto vêem com os olhos fechados, como com os olhos abertos.

.médiuns psicofônicos: neste tipo o médium serve como um instrumento pelo qual o espírito se comunica pela fala; assim, há a acoplação do perispírito do espírito comunicante no perispírito do médium, permitindo, assim, que o espírito utilize o aparelho fonador do médium para fazer uso da fala.

.médiuns de cura: Este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo. Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel. Porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico. No caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso. Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira evocação.

.médiuns mecânicos: Quem examinar certos efeitos que se produzem nos movimentos da mesa, da cesta, ou da prancheta que escreve não poderá duvidar de uma ação diretamente exercida pelo Espírito sobre esses objetos. A cesta se agita por vezes com tanta violência, que escapa das mãos do médium e não raro se dirige a certas pessoas da assistência para nelas bater. Outras vezes, seus movimentos dão mostra de um sentimento afetuoso. O mesmo ocorre quando o lápis está colocado na mão do médium; freqüentemente é atirado longe com força, ou, então, a mão, bem como a cesta, se agitam convulsivamente e batem na mesa de modo colérico, ainda quando o médium está possuído da maior calma e se admira de não ser senhor de si Digamos, de passagem, que tais efeitos demonstram sempre a presença de Espíritos imperfeitos; os Espíritos superiores são constantemente calmos, dignos e benévolos; se não são escutados convenientemente, retiram-se e outros lhes tomam o lugar. Pode, pois, o Espírito exprimir diretamente suas idéias, quer movimentando um objeto a que a mão do médium serve de simples ponto de apoio, quer acionando a própria mão.

Quando atua diretamente sobre a mão, o Espírito lhe dá uma impulsão de todo independente da vontade deste último. Ela se move sem interrupção e sem embargo do médium, enquanto o Espírito tem alguma coisa que dizer, e pára, assim ele acaba.

Nesta circunstância, o que caracteriza o fenômeno é que o médium não tem a menor consciência do que escreve. Quando se dá, no caso, a inconsciência absoluta; têm-se os médiuns chamados passivos ou mecânicos. E preciosa esta faculdade, por não permitir dúvida alguma sobre a independência do pensamento daquele que escreve.

.médiuns intuitivos: 180. A transmissão do pensamento também se dá por meio do Espírito do médium, ou, melhor, de sua alma, pois que por este nome designamos o Espírito encarnado. O Espírito livre, neste caso, não atua sobre a mão, para fazê-la escrever; não a toma, não a guia. Atua sobre a alma, com a qual se identifica. A alma, sob esse impulso, dirige a mão e esta dirige o lápis. Notemos aqui uma coisa importante: é que o Espírito livre não se substitui à alma, visto que não a pode deslocar. Domina-a, mau grado seu, e lhe imprime a sua vontade. Em tal circunstância, o papel da alma não é o de inteira passividade; ela recebe o pensamento do Espírito livre e o transmite. Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento. E o que se chama médium intuitivo.

Mas, sendo assim, dir-se-á, nada prova seja um Espírito estranho quem escreve e não o do médium. Efetivamente, a distinção é às vezes difícil de fazer-se, porém, pode acontecer que isso pouca importância apresente. Todavia, é possível reconhecer-se o pensamento sugerido, por não ser nunca preconcebido; nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e, amiúde, é contrário à idéia que antecipadamente se formara. Pode mesmo estar fora dos limites dos conhecimentos e capacidades do médium.

O papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo age como o faria um intérprete. Este, de fato, para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele, de certo modo, para traduzi-lo fielmente e, no entanto, esse pensamento não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro. Tal precisamente o papel do médium intuitivo.

.médiuns semimecânicos: 181. No médium puramente mecânico, o movimento da mão independe da vontade; no médium intuitivo, o movimento é voluntário e facultativo. O médium semimecânico participa de ambos esses gêneros. Sente que à sua mão uma impulsão é dada, mau grado seu, mas, ao mesmo tempo, tem consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam. No primeiro o pensamento vem depois do ato da escrita; no segundo, precede-o; no terceiro, acompanha-o. Estes últimos médiuns são os mais numerosos

.médiuns inspirados: 182. Todo aquele que, tanto no estado normal, como no de êxtase, recebe, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas idéias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados. Estes, como se vê, formam uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma força oculta é aí muito menos sensível, por isso que, ao inspirado, ainda é mais difícil distinguir o pensamento próprio do que lhe é sugerido. A espontaneidade é o que, sobretudo, caracteriza o pensamento deste último gênero. A inspiração nos vem dos Espíritos que nos influenciam para o bem, ou para o mal, porém, procede, principalmente, dos que querem o nosso bem e cujos conselhos muito amiúde cometemos o erro de não seguir. Ela se aplica, em todas as circunstâncias da vida, às resoluções que devamos tomar. Sob esse aspecto, pode dizer-se que todos são médiuns, porquanto não há quem não tenha seus Espíritos protetores e familiares, a se esforçarem por sugerir aos protegidos salutares idéias. Se todos estivessem bem compenetrados desta verdade, ninguém deixaria de recorrer com freqüência à inspiração do seu anjo de guarda, nos momentos em que se não sabe o que dizer, ou fazer. Que cada um, pois, o invoque com fervor e confiança, em caso de necessidade, e muito freqüentemente se admirará das idéias que lhe surgem como por encanto, quer se trate de uma resolução a tomar, quer de alguma coisa a compor. Se nenhuma idéia surge, é que é preciso esperar. A prova de que a idéia que sobrevém é estranha à pessoa de quem se trate esta em que, se tal idéia lhe existira na mente, essa pessoa seria senhora de, a qualquer momento, utilizá-la e não haveria razão para que ela se não manifestasse à vontade. Quem não é cego nada mais precisa fazer do que abrir os olhos, para ver quando quiser. Do mesmo modo, aquele que possui idéias próprias tem-nas sempre à disposição. Se elas não lhes vêm quando quer, é que está obrigado a buscá-las algures, que não no seu intimo.

Também se podem incluir nesta categoria as pessoas que, sem serem dotadas de inteligência fora do comum e sem saírem do estado normal, têm relâmpagos de uma lucidez intelectual que lhes dá momentaneamente desabitual facilidade de concepção e de elocução e, em certos casos, o pressentimento de coisas futuras. Nesses momentos, que com acerto se chamam de inspiração, as idéias abundam, sob um impulso involuntário e quase febril. Parece que uma inteligência superior nos vem ajudar e que o nosso espírito se desembaraçou de um fardo.

183. Os homens de gênio, de todas as espécies, artistas, sábios, literatos, são sem dúvida Espíritos adiantados, capazes de compreender por si mesmos e de conceber grandes coisas. Ora, precisamente porque os julgam capazes, é que os Espíritos, quando querem executar certos trabalhos, lhes sugerem as idéias necessárias e assim é que eles, as mais das vezes, são médiuns sem o saberem. Têm, no entanto, vaga intuição de uma assistência estranha, visto que todo aquele que apela para a inspiração, mais não faz do que uma evocação. Se não esperasse ser atendido, por que exclamaria, tão freqüentemente: meu bom gênio, vem em meu auxílio?

As respostas seguintes confirmam esta asserção:

a) Qual a causa primária da inspiração?
"O Espírito que se comunica pelo pensamento."

b) A revelação das grandes coisas não é que constitui o objeto único da inspiração?
"Não, a inspiração se verifica, muitas vezes, com relação às mais comuns circunstâncias da vida. Por exemplo, queres ir a alguma parte: uma voz secreta te diz que não o faças, porque correrás perigo; ou, então, te diz que faças uma coisa em que não pensavas. É a inspiração. Poucas pessoas há que não tenham sido mais ou menos inspiradas em certos momentos."

c) Um autor, um pintor, por exemplo, poderiam, nos momentos de inspiração, ser considerados médiuns?
"Sim, porquanto, nesses momentos, a alma se lhes torna mais livre e como que desprendida da matéria; recobra uma parte das suas faculdades de Espírito e recebe mais facilmente as comunicações dos outros Espíritos que a inspiram."

.médiuns de pressentimentos:
O pressentimento é uma intuição vaga das coisas futuras. Algumas pessoas têm essa faculdade mais ou menos desenvolvida. Pode ser devida a uma espécie de dupla vista, que lhes permite entrever as conseqüências das coisas atuais e a filiação dos acontecimentos. Mas, muitas vezes, também é resultado de comunicações ocultas e, sobretudo neste caso, é que se pode dar aos que dela são dotados o nome de médiuns de pressentimentos, que constituem uma variedade dos médiuns inspirados.

"Mediunidade espírita, porém, é a que faculta o intercâmbio consciente, responsável, entre o mundo físico e o espiritual, facultando a sublimação das provas pela superação da dor e pela renúncia às paixões, ao mesmo tempo abrindo à criatura os horizontes luminosos para a libertação total, mediante o serviço aos companheiros do caminho humano, gerando amor com os instrumentos da caridade redentora de que ninguém pode prescindir". Joanna de Ângelis (espírito), livro Oferenda - pág. 130/131 -, psicografado por Divaldo Franco

.médiuns psicógrafos: Transmitem as comunicações dos espíritos através da escrita. São subdivididos em mecânicos, semimecânicos e intuitivos. Os mecânicos não têm consciência do que escrevem e a influência do pensamento do médium na comunicação é quase nenhuma. Como há um grande domínio da entidade sobre a faculdade mediúnica a idéia do espírito comunicante se expressa com maior clareza. Há casos em que o médium psicografa mensagens complexas conversando com outras pessoas, totalmente distraído do que escreve. Já nos semimecânicos, a influência da entidade comunicante sobre as faculdades mediúnicas não é tão intensa, pois a comunicação sofre uma influência do pensamento do médium. Isso ocorre com a maioria dos médiuns psicógrafos. Com relação os intuitivos, estes recebem a idéia do espírito comunicante e a interpretam, desenvolvendo-a com os recursos de suas próprias possibilidades morais e intelectuais.

“Mediunidade espírita, porém, é a que faculta o intercâmbio consciente, responsável, entre o mundo físico e o espiritual, facultando a sublimação das provas pela superação da dor e pela renúncia às paixões, ao mesmo tempo abrindo à criatura os horizontes luminosos para a libertação total, mediante o serviço aos companheiros do caminho humano, gerando amor com os instrumentos da caridade redentora de que ninguém pode prescindir”. Joanna de Ângelis (espírito), livro Oferenda – pág. 130/131 -, psicografado por Divaldo Franco

sábado, 16 de fevereiro de 2013

preto velho

Quando falamos em Preto Velho, nos vem à mente quatro palavras básicas: calma, sabedoria, humildade e caridade.
Voltando no tempo, durante o período colonial brasileiro, as grandes potencias européias da época subjugaram e escravizaram negros vindos de diversas nações africanas, transformando-os em mercadorias, seres sem alma, apenas objetos de venda de trabalho.
Nesse mercado, os traficantes negreiros costumavam se utilizar de maneiras diversas para conseguir arrebanhar sua “mercadoria”: chegavam surpreendendo a todos na tribo, separavam, é claro, sempre os mais jovens e fortes. Costumavam buscar os negros nas regiões Oeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul da África. Trocavam por outras mercadorias, como espelhos, facas e bebidas, os que eram cativos oriundos de tribos vencidas em guerra e trazendo como escravos os que eram vencidos.
No Brasil, em principio os escravos negros chegaram pelo Nordeste; mais tarde, também pelo Rio de Janeiro. Os primeiros a chegarem foram os Bantos, Cabindos, Sudaneses, Iorubas, Minas e Malés.
Para a África, o trafico negreiro custou caro: em quatro séculos foram escravizados e mortos cerca de 75 MILHÕES de pessoas, basicamente a parte mais selecionada da população.
Esses negros, que foram brutalmente arrancados de sua terra, separados de suas famílias, passando por terríveis privações, trabalharam quase que ininterruptamente nas grandes fazendas de açúcar da colônia. O trabalho era tão árduo, que um negro escravo no Brasil não chegava a durar dez anos.
Em troca de tanto esforço, nada recebiam, a não serem trapos para se vestir e pão para comer, quando não eram terrivelmente açoitados nos troncos pelas tentativas de fuga e insubordinação aos senhores. Muitas vezes, reagiam a tudo suicidando-se, evitando a reprodução, matando feitores, capitães-do-mato e senhores de engenho.
O que restava ao negro africano escravo no Brasil era sua fé, e era em seus cultos que ela resistia, como um ritual de liberdade, protesto a reação contra a opressão do branco. As danças e cânticos eram a única forma que tinham para extravasar e aliviar a dor da escravidão.
Mas, apesar de toda a revolta, havia também os que se adaptavam mais facilmente à nova situação. Esses recebiam tratamento diferenciado e exerciam tarefas como reprodutores, caldeireiros ou carpinteiros. Também trabalhavam na Casa Grande, eram os chamados “escravos domésticos”. Outros, ainda, conquistavam a alforria através de seus senhores ou das leis (Sexagenário, Ventre Livre e Lei Áurea). Com isso, foram pouco a pouco conseguindo envelhecer e constituir seu culto aos Orixás e antepassados, tornando-se referencia para mais jovens, ensinando-lhes os costumes da Mãe África. Assim, através do sincretismo, conseguiram preservar sua cultura e religião.
ATUAÇÃO DOS PRETOS VELHOS
Esses são os Pretos Velhos da Umbanda, que em suas giras nos terreiros representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referencia para aqueles que os procuram, curando, ensinando e educando, aos encarnados e desencarnados necessitados de luz e de um caminho a trilhar.
Um Preto Velho representa a humildade, jamais demonstrando qualquer tipo de sentimento de vingança contra as atrocidades e humilhações sofridas no passado. Pretos Velhos ajudam a todos, independente de cor, sexo ou religião.
Em sua totalidade, não se pode afirmar que as entidades que se apresentam nas giras são os mesmos Pretos Velhos escravos. Muitos passaram por ciclos reencarnatórios e podem ter sido em suas vidas anteriores médicos ou filósofos, ricos ou pobres, e, para cumprir sua missão espiritual e ajudar aos necessitados, escolheram incorporar a forma de Pretos Velhos. Outros, nem negros foram, mas também escolheram essa forma de apresentação.(grifo nosso)
Muitos podem estar perguntando: “Mas então os Pretos Velhos não Pretos Velhos?”. A explicação é simples: todo espírito que já alcançou determinado grau de evolução tem a capacidade de descer sob qualquer forma passada, pois é energia pura, a forma é apenas uma conseqüência da missão que vem cumprir na Terra. Podem também, em locais diferentes, se apresentarem como médicos, Caboclos ou até Exu, depende do trabalho a que vêm realizar. Em alguns casos, se tiverem autorização, eles mesmos nos dizem quem são.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

espirito zombetero

Espíritos zombeteiros, como são chamados popularmente, nada mais são do que irmãozinhos desencarnados que ainda não encontraram a luz. Em princípio, não fazem o mal nem prejudicam ninguém, mas gostam muito de brincar, debochar, principalmente com pessoas vulneráveis, que não estão preparadas para lidar com eles. Isso acontece com uma freqüência maior do que muita gente imagina. Na língua alemã, existe uma palavra para designar um espírito considerado brincalhão: poltergeist.
Esses espíritos são capazes de fazer inúmeras coisas que, do ponto de vista material, seriam impossíveis. Mas fazem. E, em alguns casos, mesmo sem ter a intenção, assustam, causam pânico e terror, além de prejudicar os outros.
Há uns 30 anos, houve um caso estarrecedor, em uma cidade do interior paulista, envolvendo espíritos brincalhões. Só que, naquela ocasião, as brincadeiras já estavam passando dos limites e causando problemas a uma família inteira.
Pelo pouco que me lembro desse caso, tratava-se de uma família de classe média, que vivia em uma modesta casa. A família era composta pelo pai, pela mãe, por uma adolescente de seus 14 anos e mais duas crianças entre 7 e 10 anos.
Os fenômenos começaram repentinamente. Coisas desapareciam e depois surgiam em lugares completamente absurdos, como, por exemplo, dentro da geladeira!
Às vezes, os espíritos causavam ruídos perturbadores, impedindo que as pessoas da casa pudessem dormir em paz.
No início, foi tudo assim, mas, com o passar do tempo, os espíritos tornaram-se mais agressivos e a família toda entrou em pânico.
A mãe, em uma certa tarde, havia terminado de passar a roupa e levou as peças dos filhos para guardar no armário. Foi ela sair do quarto, sentiu um cheiro de queimado. Quando voltou, viu que só as peças de roupa da filha mais velha, a de 14 anos, estavam queimando. De acordo com ela, “a roupa queimava como quando a gente toca fogo em uma esponja de aço, dessas de se lavar louça”. As roupas da garota de 14 anos estavam no meio das outras peças, que nada sofreram. Nem chamuscadas ficaram! Esse fenômeno é conhecido como parapirogenia e tem ligação com o espiritismo, sim.
Alguns dias depois, aconteceu a mesma coisa: as roupas da filha de 14 anos voltaram a se queimar, espontaneamente, da mesma forma.
Os pais estavam acreditando que aquilo pudesse ser traquinagem dos filhos menores, que, talvez, se sentissem enciumados, já que a menina de 14 anos tinha alguns privilégios que os outros não tinham, como poder voltar mais tarde da rua para casa. Então, a mãe decidiu vigiar as crianças com mais rigor, a fim de ver do que eles costumavam brincar.
Só que uma vez as três crianças estavam na frente de casa quando ocorreu novamente o fenômeno da parapirogenia, e sempre danificando algumas peças de roupa da filha mais velha.
Afastada a hipótese de ser traquinagem das crianças, os pais ficaram realmente preocupados e decidiram procurar um padre e contar o que estava acontecendo. O sacerdote, imediatamente, dirigiu-se à casa da família, benzeu-a e assegurou que, a partir daquele dia, eles poderiam ficar em paz.
Em paz que nada! Foi a partir da visita do padre à casa que os fenômenos intensificaram-se.
Pedras atravessavam o telhado e caíam na sala, sempre a poucos centímetros de alguém. Nunca, em nenhuma ocasião, alguém foi ferido. Depois, facas e garfos atravessavam a casa voando, indo na direção do pai ou da mãe, mas sem feri-los em momento algum.
Dessa vez, a menina de 14 anos não foi vítima nem das pedras nem dos talheres, fato que deixou a todos mais perturbados ainda.
A família, muito assustada, se reuniu e todos decidiram que o melhor seria mudar daquela casa, ir morar em algum lugar bem longe dali.
E foi o que fizeram. Alugaram outra casa, mais modesta ainda, em uma cidadezinha próxima, de modo que o pai pudesse continuar no seu atual emprego.
Durante um tempo, os fenômenos cessaram. Todos já estavam respirando aliviados quando tudo voltou a acontecer.
A mãe estava fazendo o almoço. No fogão, havia uma panela com arroz e outra com feijão. Ela ouviu um ruído no lado de fora da casa e foi verificar. Quando voltou e abriu a tampa da panela de arroz encontrou uma nota de um cruzeiro enrolada. Voltou a pensar que pudesse ser “coisa das crianças”. Chamou os filhos, que estavam se trocando para ir à escola, mas eles juraram que não haviam chegado nem perto da cozinha.
As crianças almoçaram, foram para a escola e a mãe continuou fazendo comida, pois logo o marido chegaria do serviço para almoçar. Foi aí que a mulher ouviu, novamente, um ruído estranho no quintal. Como estava sozinha, ficou com medo e trancou rapidamente a porta da cozinha. Foi para a sala e viu que a porta estava devidamente trancada. Ao voltar para a cozinha, notou que a panela do feijão estava destampada. Dentro havia várias cédulas de um cruzeiro misturadas ao feijão. A pobre mulher deu um grito de desespero, destrancou rapidamente a porta da cozinha e saiu, gritando, pedindo socorro para a vizinha.
A vizinha, que era espírita, aconselhou a mulher a pedir auxílio no centro espírita, pois só eles poderiam dizer o que estava acontecendo.
Depois desse dia, nada mais aconteceu e todos na família preferiram pensar de que se tratava de “alguma coisa inexplicável” e não procuraram ajuda no centro espírita, como a vizinha havia recomendado.
Mas a trégua dos espíritos brincalhões foi curta, e novas ocorrências deixaram a família, mais uma vez, em estado de pânico e desespero.
Em uma manhã fria de inverno, o pai saiu de casa e viu a bicicleta da filha mais velha passar-lhe por cima da cabeça, numa espécie de “vôo rasante”. Depois, espatifou-se no muro lateral da casa.
Em seguida, a mãe chegou gritando, pois os copos e os pratos estavam saindo do escorredor de louça e voando pela cozinha, caindo no chão e na pia e quebrando-se todos.
Em menos de 5 minutos, tudo ficou calmo novamente. A mulher, então, decidiu seguir o conselho da vizinha, conselho que havia sido dado meses atrás, e foi procurar orientação no centro espírita do bairro.
Ali, disseram a ela que os fenômenos se deviam a espíritos brincalhões, ou zombeteiros, que atuavam na casa, sendo que o agente causador era justamente a filha mais velha, que estava entrando na adolescência (naquela época, a adolescência começava por volta dos 13, 14 anos).
A mulher passou a freqüentar o centro. Semanas depois, os demais membros da família também aceitaram segui-la.
Com o passar dos meses, os fenômenos foram diminuindo e cessaram por completo. Mas isso só se deu mesmo quando a menina mais velha arrumou um namorado aos 15 anos de idade.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

oxossi

PRECE A OXOSSI

Oh caçador! Guerreiro de uma única flecha. Rei das Matas, Rei da Umbanda. Pai da Inspiração e da Esperança, daí-me as bênçãos da prosperidade e inspira-me os pensamentos do bem.
Ajuda-me no sustento da minha fé; a fim que possa cumprir com minhas obrigações e meus deveres neste mundo.
Indica-me com sua flecha sagrada os verdadeiros caminhos da prosperidade.
OKÊ, ARÔ!
BAMBI Ô CLIM
OXOSSI.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

iemanja

Iemanjá,
Mãe do Mundo,
Força que mantêm a criação,
Senhora de todos os bens,
Alento da própria vida…
Mãe magnânima de todas as mães,
O mar é o seu símbolo, o sal a sua marca.
Proteção é o seu aleitamento eterno,
Iemanjá – Mãe Querida,
Ajuda-nos com tua constância,
Exemplificando em nós o desejo
de perseverar-nos no amor ao nosso

Pai OLORUN.
Odoiá Iemanjá.

domingo, 27 de janeiro de 2013

omulu

História de Obaluae/Omulú


OBALUAÊ / OMULU
Obaluaê é uma flexão dos termos: Oba (rei) – Oluwô (senhor) – Ayiê (terra), ou seja, "Rei, senhor da Terra". Omulu também é uma flexão dos termos: Omo (filho) – Oluwô (senhor), que quer dizer " Filho e Senhor". Obaluaê, o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Omulu o mais velho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma regência e influência. No cotidiano significam a mesma coisa, têm a mesma ligação e são considerados a mesa força da natureza.
Obaluaê (ou Omulu) é o Sol, a quentura e o calor do astro rei. É o Senhor das pestes, das moléstias contagiosas, ou não. É o rei da Terra, do interior da Terra, e é o Orixá que cobre o rosto com o Filá (de palha – da - Costa), porque para os humanos é proibido ver seu rosto, pela deformação feita pela doença, e pelo respeito que devemos a este poderosíssimo Orixá.
Obaluaê está no organismo, no funcionamento do organismo. Na dor que sentimos pelo mal funcionamento dos órgãos, ou por uma queda, corte ou queimadura.
Obaluaê rege a saúde, os órgãos e o funcionamento destes. A ele devemos nossa saúde e é comum, nas Casas de Santos, se realizar os Eboris de Saúde, que fazem pra trazer saúde para o corpo doente.
O órgão central da regência de Obaluaê é a bexiga, mas está ligado a todos os outros. Ele trata do interior, fundamentalmente, mas cuida também da pele e de suas moléstias.
Divide com Iansã a regência dos cemitérios, pois ele é o Orixá que vem como emissário de Oxalá (princípio ativo da morte), para buscar o espírito desencarnado. É Obaluaê (ou Omulu) que vai mostrar o caminho, servir de guia para aquela alma.
Obaluaê também é o Senhor da Terra e das camadas de seu interior, para onde vamos todos nós. Daí a ligação que tem com os mortos, pois ele é quem vai cuidar do corpo sem vida, e guiar o espírito que deixou aquele corpo. É por isso que Obaluaê e Omulu gostam de coisas passadas, apodrecidas.
O sol também tem a sua regência. Ele também é o Calor provocado pelo sol quente. Há quem diga que não se deve sair à rua quando o Sol está quente sem a proteção de um patuá, a fim de não correr o riscos e não sofrer a ira de Obaluaê, geralmente fatal.
Obaluaê está presente em nosso dia-a-dia, quando sentimos dores, agonia, aflição, ansiedade. Está presente quando sentimos coceira e comichões na pele.Rege também o suor, a transpiração e seus efeitos. Rege aqueles que tem problemas mentais, perturbações nervosas e todos os doentes.
Está presente nos hospitais, casa de saúde, ambulatórios, postos de saúde, clínicas, sempre próximo aos leitos. Rege os mutilados, aleijados, enfermos. Ele proporciona a doença mas, principalmente, a cura, a saúde. É o Orixá da misericórdia.
Obaluaê é à força da Natureza que rege o incômodo de um modo geral. Rege o mal estar, o enjôo, o mal humor, a intranqüilidade. É o Orixá do abafamento e está presente nele, bem como na má digestão e na congestão estomacal. Gera o ácido úrico e seus efeitos.
Obaluaê está presente em todas as enfermidades e sua invocação, nessas horas, pode significar a cura, a recuperação da saúde.
Mitologia
Filho de Nanã – que abandou por ser doente – foi criado por Iemanjá. É o irmão mais velho de Ossãe, Oxumarê e Ewá; Orixá fundamentalmente Jeje, mas louvado em todas as nações, por sua importância.
Conta-se que, uma vez esquecido por Nanã, fora criado por Iemanjá, que curou das moléstias. Cresceu forte, desenvolveu a arte da caça, tornando-se guerreiro e viajante.
Certo dia, numa de suas jornadas, chegou até uma aldeia, coberto de palha, como sempre viveu. Como todos conheciam sua fama, suas ligações com as moléstias contagiosas, foram barradas antes mesmo de penetrar na aldeia.
-Não o queremos aqui! - disse o dirigente da tribo.
- Mas quero apenas água e um pouco de comida, para prosseguir minha viagem. Apenas isso! – respondeu Obaluaê, ou melhor, dizendo Xapanã, nome pelo qual era chamado.
- Vá-se embora, Xapanã! Não precisamos de doença, nem de mazelas em nossa aldeia. Vá procurar água e comida em outro lugar!
E Xapanã, então foi sentar-se no alto do morro próximo. A manhã mal começara e ele ficou, sentado, envolto em palha da costa, observando a subida do sol.
O tempo foi passando, as horas foram-se passando e, ao meio-dia, exatamente, o Sol já escaldante, tornou-se insuportável. A água ficara quente, o alimento se estragava e toda a tribo se contorcia de dor, aflição e agonia. Xapanã a tudo observava, imóvel, como um totem, como um símbolo de palha.
Na aldeia um alvoroço se fez. Uns tinham dores na barriga, outros tinham forte dores de cabeça. Outros, ainda, arrancavam sangue da própria pele, numa coceira incontrolável. Outros agiam como loucos incontrolados. Aos poucos, a morte foi chegando para alguns.
Xapanã apenas assistia...
Parecia que o tempo havia parado ao meio-dia, mas, na verdade, foram três dias de sol quente, pois a noite não chegava. Era apenas sol durante todo o tempo. E durante todo o tempo a aldeia viu-se às voltas com doenças, loucura, sede, fome, morte!
Xapanã, inerte, via tudo, imóvel...
Não agüentando mais, e vendo que Xapanã continuava do alto do pequeno morro observando, o dirigente de aldeia foi até ele suplicar perdão, atirando-se aos seus pés.
- Em nome de Olorun, perdoe-nos! Já não suportamos tanto sofrimento! Tente perdoar, por favor, Senhor Xapanã! Tente perdoar!
De súbito, Xapanã levantou-se, desceu até a aldeia e pisou na terra. Tornou-a fria. Tocou na água, tornou-a também fria; tocou os alimentos e tornou-os novamente comestível; tocou a cabeça de cada um dos aldeões e curou-lhes a doença; tocou os mortos e fez voltar a vida em seus corpos.
Restaurada a normalidade, Xapanã pediu mais uma vez:
-Quero um pouco de água e alguma comida para prosseguir viagem.
Num instante foi-lhe servido o que de melhor havia em toda a aldeia. Deram-lhe, vinhos de palmeira, frutas, carne, legumes, cereais, enfim, o que tinham de melhor.
Voltando-se para os aldeãos, Xapanã deu-lhes uma lição de vida.
-Vivemos num só mundo. Sobre a mesma terra, debaixo do mesmo sol. Somos todos irmãos e devemos ajudar uns aos outros, para que a vida seja mantida. Dar água a quem tem sede, comida a quem tem fome é ajudar a manter a vida.
Voltou-se e partiu. Atrás dele o povo da aldeia gritava:
-Xapanã, Rei e Senhor da Terra! Xapanã, Obaluaê! Xapanã, Obaluaê! Xapanã, Obaluaê!
Obaluaê que sua benção e proteção nos seja dada sempre!